domingo, 12 de dezembro de 2010

Minha Flor, Meu Bebê

Cazuza

Composição: Cazuza / Dé / Bebel Gilberto

Dizem que tô louco
Por te querer assim
Por pedir tão pouco
E me dar por feliz
Em perder noites de sono
Só pra te ver dormir
E me fingir de burro
Pra você sobressair

Dizem que tô louco
Que você manda em mim
Mas não me convencem, não
Que seja tão ruim
Que prazer mais egoísta
O de cuidar de um outro ser
Mesmo se dando mais
Do que se tem pra receber
E é por isso que eu te chamo
Minha flor, meu bebê

Dizem que tô louco
E falam pro meu bem
Os meus amigos todos
Será que eles não entendem
Que quem ama nesta vida
Às vezes ama sem querer
Que a dor no fundo esconde
Uma pontinha de prazer
E é por isso que eu te chamo
Minha flor, meu bebê

sábado, 11 de dezembro de 2010

.

Medieval

Cazuza

Composição: Cazuza / Rogério Meanda


Você me pede
Pra ser mais moderno
Que culpa que eu tenho
É só você que eu quero

Às vezes eu amo
E construo castelos
Às vezes eu amo tanto
Que tiro férias
E embarco num tour pro inferno

Será que eu sou medieval?
Baby, eu me acho um cara tão atual
Na moda da nova Idade Média
Na mídia da novidade média

Olha pra mim, me dê a mão
Depois um beijo
Em homenagem a toda
Distância e desejo
Mora em mim
Que eu deixo as portas sempre abertas
Onde ninguém vai te atirar
As mãos vazias nem pedras

Eu acredito nas besteiras
Que eu leio no jornal
Eu acredito no meu lado
Português, sentimental
Eu acredito em paixão e moinhos lindos
Mas a minha vida sempre brinca comigo
De porre em porre, vai me desmentindo

Será que eu sou medieval?
Baby, eu me acho um cara tão atual
Na moda da nova Idade Média
Na mídia da novidade média

sábado, 4 de dezembro de 2010

Pseudo Blues

Pseudo Blues

Marina Lima
Composição: Nico Rezende/Jorge Salomão

Dentro de cada um
Tem mais mistérios do que pensa o outro
Uma louca paixão avassala a alma o mais que pode
O certo é incerto, o incerto é uma estrada reta
De vez em quando acerto, depois tropeço no meio da linha

Tem essa mágica
O dia nasce todo dia
Resta uma dúvida
O sol só vem de vez em quando
O certo é incerto, o incerto é uma estrada reta
De vez em quando acerto
Depois tropeço no meio da linha

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

4

Lanternas vermelhas

Luzem-me a direção
em meu quarto branco sem vida.
Jorra-te esse vermelho
que quero mais vida.
De dor, de amor, de prazer

Lanterna vermelha,
queima-me com teu fogo,
e me acorde para a vida
tão rápida e mexida

Faça que seu fogo
perto de minha boca
inale luzes para dentro
de mim

Na verdade não sabendo
se ja tem luz de mais ou de menos.
Acenda essa lanterna,
de novembro a novembro
com seu vermelho
de vida


Thamiris de Oliveira 27/11/10

3

Cinza e marrom

Meu quarto exala suas cores
sucumbido de veneno bebido
chegando a mim e me derrubando

Seu cinza me paraliza,
como o sopro que a morte dá,
frio,
cortante,
estagnado.
Que também joga pueira dentro de mim.
E meu coração cada vez mais sem cor,
debilitado,
doente
e frágil

O marrom soma-se
a minha ira.
Como o tronco mais forte
que não se quebra
e que ainda não me quebrou.
Alivia-me como os chocolates
que agora estão no chão
branco e cinza,
frio,
tirando do alimento
sua energia

Presa em cores
sem cor, sem desenhos
com um espelho
que não reflete luzes

E tudo ficou sem cor
escuro comigo
não expondo nada
exceto pelas lágrimas

Parada.
Fria.
Cortante.
Sem alegria

Thamiris de Oliveira 27/11/10

2

Nocivo

Não há mau maior que o consciente.
Presente e insconsciente,
presente

Pensar ou não em agir,
condicional ou não.
Não se sabe responder

Invade-me, me consome.
Esta tolerância de tentar ser normal,
não se conhecendo, ou muito mais

Não sei o que faz me agir.
Um ou outro, ou tudo misturado,
só para piorar,
não sabendo o que vem por aí,
não sabendo de mim

Encarar os fatos com inconsciência,
caindo em desafios de atos impensados.
E seguir,
Machucando os outros
os outros que encontro em mim mesma

Cada característica ruim
Faz-me esquecer e ir muito mais ao bem.
Numa conversa jogada fora
o que vem inacreditavelmente,
é o bem

Tanta moral e preconceitos juntos
não fazem enxergar o que se tem de bom.
E eu, quase comparada a um monstro,
relaxo-me numa simples conversa
de gente simples
tão complexamente não entendida
por simples pessoas
simplismente complicadas

E acalmando-me...

(Não) ao ponto de ver-me toda ruim,
de não poder me aguentar até o fim.
Do dia.
Até que fujo de alguma forma
numa coisa simples e banal.
Triste, e só

Cada um com seu cada qual,
tentando sobreviver

Ainda bem que me salvo na simplicidade,
numa boca, num ouvido,
numa consciência ou não

Sou um monstro sem (com) muitos sentidos
criando políticas nada de sociais
para paliar (meus) desaforos
(do coitado ao mais rico)

Mas me controlo

E esse mau maldito,
que tome consciência de uma vez!

Talvez com coerência,
o bom é carregar esse mau de uma só vez.
Explodindo.
Reagindo,
ou conversando

Não sei como combatê-lo,
só sei
que não consigo
ficar
sangrando.
Assim, intoleravelmente,
na maneira mais burra de se sofrer

E eu sozinha,
somente só
andando por aí

Só penso que viver só
pode ser uma solução
não de todo ruim

E de que culpa tenho eu.
que penso demais ou de menos
nesses sinos de reurose
religiosamente me masacrando

Viver só,
só e com conversar simples
(plurais ou simples)
simples, e só.
Só com muita gente

Só quero dar paz
a quem me fez gente

Thamiris de Oliveria 27/11/10


Vários "5"

15

15 minutos para parar de acordar
15 minutos para acordar
15 minutos para ao ônibus chegar

15 minutos de intervalo

15 minutos até em casa me estacionar
Mais de 15 minutos para tentar relaxar
Um pouquinho mais de 15 dias para amar
5 minutos de dencanço

Thamiris de Oliveira 21/11/10

1

Quadro

Vou fazer uma pintura para mostrar o nosso amor. Não sei se vai gostar, pois sou um tantinho relaxada. Não que eu seja uma artista, mas as cores ja foram escolhidas.

Escolhi pintar o céu, mas a noite, pois preciso de alguém para me esquentar. Desenhei primeiro a lua, que mesmo desburacada, alguma coisa tem de beleza. Charme com certeza; e espero sempre te encantar. Depois eu pinto cada Mariazinha no céu, deixando-o cada vez mais estrelado, pois terá o meu amor todo dia marcado, presente e crescente. E até fiz umas nuvens, para quando a saudade bater, eu por aí chegar, e se estiver com muita pressa, peço carona a uma estrela cadente.

Mas pensei melhor e deixei o quadro imcompleto. Deixei de colorir todo o céu. Quero que você complete com essa paz que me dá.

E coloco (me) em uma moldura simples, que o amor até se sobressai.

E quando o quadro chegar eu vou saber, pois ele vai ser pendurado; e estremecer-me-ei sempre, pois sentirei seu coração.

Thamiris de Oliveira 14/09/10

domingo, 26 de setembro de 2010

Poucas palavras que falam muito

RECADO SEXUAL


Não gosto das mulheres
- Só gosto da Mulher


Não gosto do homem
- Só gosto dos Homens


E que cada um pense de mim o que quiser.

Manuela Amaral

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O que sente uma apaixonada..

Você

Baseado no seu querer,
Concluo o meu.

Quero seu toque misturado ao meu,
Com dedos dançantes e amorosos,
Nivelados só para nós.

Morrer só se for de cansaço.
Com o linguajar de nossos lábios para descançar.
E acordar.

E a tua cabeça eu quero pirar,
Já que seu amor me queima, me nutre
(E como me descontrola).
Seguindo seus dedos, lábios e o que for,
Com aromas sempre cheirosos e nostalgiantes
De uma flor que me chamou a levá-la comigo.

Thamiris de Oliveira 22/07/10

sexta-feira, 9 de julho de 2010

+1

Tocar

Sonha-se com alguém parecido. Mas talvez nem tanto ou tão pouco.
Reconheci a em meus desenhos pueris e antigos - de contos, fantasia, alguém para caminhar junto. E vi que naquele desenho de um castelo, a princesa não era branca, nem de cabelos ruivos e também intocáveis. E ela acabou me governando, e faço tudo para seu bem.
Mas nesse sonho eu toquei; a felicidade infantil no pedaço de céu do papel; e nas nuvens. Podendo levá-la onde quiser e muito mais não podendo onde e quando se quer.
Mas deixo tudo guardado nessa minha pasta : os sonhos antigos e novos.
E espero que volte cada vez mais colorida para mim.

T. 08/09/10

Puta que pariu

Porra. Ontem cheguei relativamente cedo à faculdade, numa aula que não era do dia, sem lembrar o dia da semana, e quando chego no portão lembro que tenho aula 1h e 30 depois. Maravilha. Fiquei super contente. Segunda vez já. Chato.

Rastreadores

Eles anunciaram
E até acreditei.
Meu sangue está doce!

Tudo na mesma hora,
Tentando respirar.
Mas tranquilo,
Pois tudo está mais tranquilo

Até por que se formigas vêem até mim,
Acredito que estou amando sim;
Recebendo as coisas de melhor grado.

Então pode chegar sim.
Estou com mel, formigas e música, claro.

T. 08/07/10

segunda-feira, 5 de julho de 2010

? 2

Esse ja é mais tenso. Tenho que descobrir o que escrevi e se é pra botar ou não. Trabalhoso.

Eu e ela

Uma por aqui,
Outra acolá,
Adormecida de ambas.
Nunca foram se imaginar
Ou que podia existir,
E depois de pensar não tratou de parar;

De que magia existe sim,
E até o Sol era mais bonito ao raiar.

E o moço das nuvens deu um sopro
Para ambas poderem se encontrar
E brincar de se conhecer, misturar

E querendo sair do tabuleiro
As damas foram cavalgar para dentro do real
E se juntar

E nesa época de experiências,
A combinação de líquidos foi constante.
Um para refrescar,
Outro para agradar,
E também o de desabafar.
Solidificando,
Fortalecendo,
E seus corpos construindo o amor

t.09/06/10

?

Sabe aquelas coisas que se escreve e não entende nada do começo, meio e fim? Um exemplo claro disso.


Cadê você

Como me irrito por não entender.
Não sei se é sorte ou malefício maior,
Pois segui pelos ares,
Por aromas livres
(E eu flutuando),
Corpos indefinidos,
Afagos talvez improváveis,
Por aí...

O vento depois passa (ou talvez não)
E vem aquela trovoada,
Com choques doloridos
De águas que não se conhecem

E para tudo...
Tudo por aí...
E eu não entendo,
Não vejo,
Omite-se (omito-me)

Um cuidado dolorido,
E sorrisos vistos,
Olhos fixados,
Lindos,
Por aí...

Thamiris de Oliveira 28/06/10

sexta-feira, 25 de junho de 2010

É

Além do ponto - Caio Fernando Abreu

Chovia, chovia, chovia e eu ia indo por dentro da chuva ao encontro dele, sem guarda-chuva nem nada, eu sempre perdia todos pelos bares, só levava uma garrafa de conhaque barato apertada contra o peito, parece falso dito desse jeito, mas bem assim eu ia pelo meio da chhuva, uma garrafa de conhaque na mão e um maço de cigarros molhados no bolso. Teve uma hora que eu podia ter tomado um táxi, mas não era muito longe, e se eu tomasse um táxi não poderia comprar cigarros nem conhaque, e eu pensei com força então que seria melhor chegar molhado da chuva, porque aí beberíamos o conhaque, fazia frio, nem tanto frio, mais umidade entrando pelo pano das roupas, pela sola fina esburacada dos sapatos, e fumaríamos beberíamos sem medidas, haveria música, sempre aquelas vozes roucas, aquele sax gemido e o olho dele posto em cima de mim, ducha morna distendendo meus músculos. Mas chovia ainda, meus olhos ardiam de frio, o nariz começava a escorrer, eu limpava com as costas das mãos e o líquido do nariz endurecia logo sobre os pêlos, eu enfiava as mãos avermelhadas no fundo dos bolsos e ia indo, eu ia indo e pulando as poças d'água com as pernas geladas. Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa para beber um gole, mas não queria chegar na casa dele meio bêbado, hálito fedendo, não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando a pé naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido de fome, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras, teria que ter cuidado com o lábio inferior ao sorrir, se sorrisse, e quase certamente sim, quando o encontrasse, para que não visse o dente quebrado e pensasse que eu andava relaxando, sem ir ao dentista, e eu andava, e tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era. Começou a acontecer uma coisa confusa na minha cabeça, essa história de não querer que ele soubesse que eu era eu, encharcado naquela chuva toda que caía, caía, caía e tive vontade de voltar para algum lugar seco e quente, se houvesse, e não lembrava de nenhum, ou parar para sempre ali mesmo naquela esquina cinzenta que eu tentava atravessar sem conseguir, os carros me jogando água e lama ao passar, mas eu não podia, ou podia mas não devia, ou podia mas não queria ou não sabia mais como se parava ou voltava atrás, eu tinha que continuar indo ao encontro dele, ou podia mas não queria ou não sabia mais como se parava ou voltava atrás, eu tinha que continuar indo ao encontro dele, que me abriria a porta, o sax gemido ao fundo e quem sabe uma lareira, pinhões, vinho quente com cravo e canela, essas coisas do inverno, e mais ainda, eu precisava deter a vontade de voltar atrás ou ficar parado, pois tem um ponto, eu descobria, em que você perde o comando das próprias pernas, não é bem assim, descoberta tortuosa que o frio e a chuva não me deixavam mastigar direito, eu apenas começava a saber que tem um ponto, e eu dividido querendo ver o depois do ponto e também aquele agradável dele me esperando quente e pronto.Um carro passou mais perto e me molhou inteiro, sairia um rio das minhas roupas se conseguisse torcê-las, então decidi na minha cabeça que depois de abrir a porta ele diria qualquer coisa tipo mas como você está molhado, sem nenhum espanto, porque ele me esperava, ele me chamava, eu só ia indo porque ele me chamava, eu me atrevia, eu ia além daquele ponto de estar parado, agora pelo caminho de árvores sem folhas e a rua interrompida que eu revia daquele jeito estranho de já ter estado lá sem nunca ter, hesitava mas ia indo, no meio da cidade como um invisível fio saindo da cabeça dele até a minha, quem me via assim molhado não via nosso segredo, via apenas um sujeito molhado sem capa nem guarda-chuva, só uma garrafa de conhaque barato apertada contra o peito. Era a mim que ele chamava, pelo meio da cidade, puxando o fio desde a minha cabeça até a dele, por dentro da chuva, era para mim que ele abriria sua porta, chegando muito perto agora, tão perto que uma quentura me subia para o rosto, como se tivesse bebido o conhaque todo, trocaria minha roupa molhada por outra mais seca e tomaria lentamente minhas mãos entre as suas, acariciando-as devagar para aquecê-las, espantando o roxo da pele fria, começava a escurecer, era cedo ainda, mas ia escurecendo cedo, mais cedo que de costume, e nem era inverno, ele arrumaria uma cama larga com muitos cobertores, e foi então que escorreguei e caí e tudo tão de repente, para proteger a garrafa apertei-a mais contra o peito e ela bateu numa pedra, e além da água da chuva e da lama dos carros a minha roupa agora também estava encharcada de conhaque, como um bêbado, fedendo, não beberíamos então, tentei sorrir, com cuidado, o lábio inferior quase imóvel, escondendo o caco do dente, e pensei na lama que ele limparia terno, porque era a mim que ele chamava, porque era a mim que ele escolhia, porque era para mim e só para mim que ele abriria a sua porta.Chovia sempre e eu custei para conseguir me levantar daquela poça de lama, chegava num ponto, eu voltava ao ponto, em que era necessário um esforço muito grande, era preciso um esforço muito grande, era preciso um esforço tão terrível que precisei sorri mais sozinho e inventar mais um pouco, aquecendo meu segredo, e dei alguns passos, mas como se faz? me perguntei, como se faz isso de colocar um pé após o outro, equilibrando a cabeça sobre os ombros, mantendo ereta a coluna vertebral, desaprendia, não era quase nada, eu mantido apenas por aquele fio invisível ligado à minha cabeça, agora tão próximo que se quisesse eu poderia imaginar alguma coisa como um zumbido eletrônico saindo da cabeça dele até chegar na minha, mas como se faz? eu reaprendia e inventava sempre, sempre em direção a ele, para chegar inteiro, os pedaços de mim todos misturados que ele disporia sem pressa, como quem brinca com um quebra-cabeça para formar que castelo, que bosque, que verme ou deus, eu não sabia, mas ia indo pela chuva porque esse era meu único sentido, meu único destino: bater naquela porta escura onde eu batia agora. E bati, e bati outra vez, e tornei a bater, e continuei batendo sem me importar que as pessoas na rua parassem para olhar, eu quis chamá-lo, mas tinha esquecido seu nome, se é que alguma vez o soube, se é que ele o teve um dia, talvez eu tivesse febre, tudo ficara muito confuso, idéias misturadas, tremores, água de chuva e lama e conhaque batendo e continuava chovendo sem parar, mas eu não ia mais indo por dentro da chuva, pelo meio da cidade, eu só estava parado naquela porta fazia muito tempo, depois do ponto, tão escuro agora que eu não conseguiria nunca mais encontrar o caminho de volta, nem tentar outra coisa, outra ação, outro gesto além de continuar batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, na mesma porta que não abre nunca.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Lálálá.

Preciso Dizer que Te Amo


Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo, que medo

Eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que te amo
Tanto

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar ao teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela eu não quero
Ser teu amigo(que amigo...)


É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo, tanto

Eu já nem sei se eu tô misturando
Eu perco o sono
Lembrando em cada riso teu
Qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira

Eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que te amo, tanto

Blábláblá.

Irmãos

Azuis e bonitos...
Temperamentos tão distintos,
Tão benevolentes...

Mas cada um com seu agir diferente
Personalidades fortes e autênticas
Podendo causar espanto,
Porém nunca machucando.
(Às vezes até pode ferir,
Mas não é por maudade)

Um me lembra a paz,
O outro a turbulência.
O equilíbrio

Dependendo do dia
Pode ser que encontro-o calmo ou irritado,
Mas gosto do seu jeitinho
Assim tão misterioso...

O outro já é um artista.
Mostra-me as belezas por tanto já vivida,
E se passarmos tanto tempo juntos
Pode ser que me perca em pensamentos
E fique cega até demais

Em situações mais perdidas, ou não,
A sua força me atinge;
Bate ferozmente;
Grita comigo;
Acorda-me,
E volto à normalidade

Quando um certo amor de qualquer coisa
Não para de se remexer
Escapa e voa para bem longe,
E fico a contemplar...
Dragões, chapéus, sorrisos;
Eu vejo o que for permitido à imaginação;
E quadros rápidos
Mudam e se fundem tão certamente


Por acaso, se conseguisse ficar no meio do caminho
Confundiria-me com um espelho,
Refletindo para os dois lados
Os tão azuis e bonitos

Irmãos gêmeos;
Irmãos separados;
De alguma forma:
Fazem-me flutuar

T. 20/07/09

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Profissões do amor

Profissões do amor

Começei com Serviço Social, doando-me mais que recebendo; envolvendo-me mais que ser a solução. Procurei compartilhar minha motivação, construir um relacionamento mostrando claramente a minha política de fidelidade, minha voraz vontade de amar e ter companheiros para minhas batalhas; que desfrutasse de minhas ideologias e que caminhassemos para a ascenção. Mas não deu muito certo. Podem ter se confundido com filantropia, ou até mesmo não entenderam. Uma profissão sacrificante, batalhadora e fiel que não tem seus méritos reconhecidos.
Então pensei em outro curso, sem claro abandonar o que já faz parte de mim.
Pensei primeiramente em geografia. Com topografias expondo prazer a cada localidade. Não largando a política, mas talvez esquecendo da fidelidade. Mexendo com a natureza, brincando de Deus no seco e no molhado, assoprando arrepios e provocando errupções. Mesmo assim, não tendo precisões concretas de chuvas, secas e abalos. Mas requer muitas viagens e pesquisas por campos floridos.
Porém, por que não filosofia? A arte do saber, a pulga atrás da orelha do curioso. O saber entender e saber explicar. Com um tabuleiro misturado de idéias nem todas serão damas ao meu pensar; assim, logicamente minhas utopias seriam esquecidas e talvez me entendessem certamente complicada.
E por fim, letras. A brincadeira de encaixes de abecedário formando palavras, frases e pensamentos. Mostrando minha escrita e deixando à vontade para me fazer gênese de inspirações de seus romances. Podem descobrir minha literatura, odiá-la ou venerá-la, ou se quiser eu conto também. Contudo, a letra é perigosa, cheia de nuances, lacunas e ponto final. Uma linguagem malandra que consegue passar desapercebido pelos desatentos, deixando exclamadas interrogações no silêncio das reticências. Ademais, minha comunicação não serve para todas as línguas e assim não fazem de mim radical para conhecer minha raiz.
E o que sou é um amor desempregado.

Thamiris de Oliveira 23/02/10

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Ponha fogo

Rasgo tuas roupas
Espalho-te em meus lençóis.
Enrolo os lençóis em ti,
E te aperto,
E te lambo.

Acho o lugar,
Puxo teu veneno.

Acendo um cigarro.

Thamiris de Oliveira 03/05/10

1

Emprestaram-me um livro. Deram-me conhecimento, acrescentaram-me vocábulos e adicinaram confusão.
Peguei o livro sem fé e começei a lê-lo, e continuo lendo-o sem fé.
Tenho o costume de me guiar pelos números das páginas, aos finais para o começo de outro capítulo. mas após ler um pouco, vi que havia algum mistério nessas estórias, e como uma fiel confidente de seus infímos e regulardos mistérios de minha mania, me guardei.
Não sei o final do livro, ainda não acabei. Não sei se vou acha-lo melhor ou pior.
Não tendo respostas àlgumas perguntas, pensei em mim. (Poderia ter pensado em inúmeras criaturas; mas que diabos estou eu sendo a personagem principal? Talvez seja eu a pessoa que tanto que ser entendida e entender).
A incerteza. Algo bom ou ruim? Continuo respirando.
Pensei em representar o amor sendo a água - representam a água como algo curador. E de que cura eu preciso?
E eu neste vasto céu vou caindo, caminhando para o fim. Eu uma minúscula gotícula d`água.
Às vezes flutuo. Pareço voltar a estágios mais iniciais e penso que é assim, pois criança tem nostalgia de felicidade. E vou indo...
Até que penso em encontrar alguém "igual" a mim. A "mesma" doçura, confidência, segredos, intimidades, sensualidades, prazer, tudo uma analogia.
Enfim, achamo-nos. Duas pequeninas gotícolas em um vasto céu. E com a tamanha compatibilidade formamos algo maior e mais concreto. Transformamo-nos em um cristal de gelo visível, balançando sentimentos no ar.
Um cristal de gelo. Uma junção de infinitas substâncias tão forte, maior, concreta e fria.

2

Meu corpo, minha casa, minha proteção.
Minha alma é delicada, precisa de uma casca grossa, mas não tão rígida assim porque se não qualquer beleza por ela pode se quebrar e amedrontar.
Não é à toa que na minha crosta tenho várias feridas. Felicidade para entrar e tudo de mim para sair. (Mas o negócio é tão ruim que elevo-o a um tudo todo ruim).
É tão fácilreclamar, zangar-se e culpar alguém. Mas por que devo culpar pelo que me protege? Talvez prestando, ou não, muita atenção nele, sei que a mim é fiel, pontual e perfeito ao meu modo.
Lembro-me tanto das vezes em que o maltratei e que de tanto chorei, chorei.
Pelo mesmo local que saía as angústias, era o mesmo que me fazia viver às cegas quaisquer das belezas. Foram tantos jorros d`água que aos poucos fazem-me enxergar.
De que me adiantaria chegar a beleza de meus sonhos? Experiências (significativas e verdadeiras?), facilidades, números (realmente a matématica é imortal), conquistas (ou derrotas?), etc. e etc. Até que um dia não controlaria a fome do desejo, da satisfação e tornar-me-ia uma roliça de orgia. (O prazer é invariável, ora inibidom=, ostentador e vulgar, um vil; ora um mágico, passando em frente à cegueira e atuando em bons cenários enconderijos). Poderia ter rédias e cavalgar corações, talvez até mais perdidos que o meu. E as feridas continuariam ali, não sei se mais abertas ou fechadas. O que seria maior? O que entrava ou o que saía - se saísse? Ou só mais o vazio preencher-me-ia?
A crosta é grossa, teimosa demais. Ganhaste um engraçado assustador. Por ser forte e audaz, zombava até demais de aventuras, espelhava-se sempre em sua heroína - sempre foi uma desbravadora. Mas essa crosta é muito teimosa, e diariamente esquecia de sua fina espessura e deixava cair amores. (Não que elanão os quisesse, mas era excessivamente escorregadia, e a heroína ufana não se lembrava que o amor é muito mais escorregadio, e cansada deixava escapar e/ou não lutava pelo amor outra vez).
Consinto que minha casa é uma tremenda harmonia. Com tantos buracos lá dentro, tanta indiferença, tanto egoísmo, tanta mesmice ruim, poderiam prender minh`alma, corroer-me ao máximo. Mas tenho um fiel pedreiro que continua martelando.
Em minha casa há jardins com variadas flores. Posso presenteá-las ou então abusados roubam-na de mim que ao cortarem as flores, o amor grita de dor, pois por enquanto nenhuma flor roubada conseguiu voltar. E as pragas... Difícies de lutar... Agem com maudade, ou não; conscientemente, ou não; mas que preojudicam e aos poucos me envenena. Algumas vezes o ataque é tão ferroz que expulso alguma substância da sua maldade.
Minha alma não tem o que reclamar. Sua casa não transparece toda a sua desordem e, infelizmente, todas as suas belezas.
Estou vivendo e estou bem.

3

(Tenho medo do frio)
E nós, essa ínfimas gotículas dançantes unidas; uma beleza como um cristal.
Esse cristal de gelo frio (como tenho medo desse frio; congela minha alma, me envelhece e é difícil de sair) que de tão frio, queima. E seguiríamos assim: irradiantes, quentes e queimadas pela paixão. Tão vulnerável! Vastra só um sopro para esfriar.

4

Contudo, ainda não há uma gotícula; minha casa não virou um palácio de cristal, e nenhuma rainha governa por lá.
Mas eu sei que já uma constante ventania, e essa interpérie não ten validade para cessar.
Que grande mistério.

Thamiris de Oliveira 12/08/09

terça-feira, 6 de abril de 2010

.

Ela briga

"Meu coração de criança
Não é só a lembrança
De um vulto feliz de mulher
Que passou por meus sonhos sem dizer adeus".

quarta-feira, 31 de março de 2010

Boas vindas.

E assim que a polícia e a tropa de choque recebe os professores de São Paulo reivindicando por um aumento de salário de 34%.
Que bela repressão, heim...

terça-feira, 16 de março de 2010

Geografia

Fui um alvo para desconhecidos caminhos. Perdendo-me na sua natureza, sem bússula, sem defesa.
Caminhei pr`além do desconhecido, esfomeada de dúvidas; de fomes subconscientes e sedes transbordadas.
Andei por curvas e vales, avistando as belezas nuas e cruas, assim como são, nas variadas chuvas d`agua ou tardes ensolaradas retirando meu suor.
Fiz amizades com aves e vez em quando polsavam em mim. Nenhuma sozinha. Só acompanhada e faminta; e eu insensata acabando com meus víveres.
Perdurei em noites frias e caladas, com ecos selvagens acordados me deixando cada vez mais aflita.
Avistei de longe montanhas pontiagudas, sendo por dias, felicidade de minha conquista. Com perfumes das flores embriagantes, me deitei. E na continuação da rota, caí. Rolando em espinhos fantasmas, desaparecendo de minha visão.
Até que em cima de um rio, pendurei-me nos cipós dos fios de seus cabelos, vendo-me pendurada e machucada sob espelhos turvos e enganadores - não sabendo o grau real da sua profundidade. E sem forças, me entreguei à correnteza refrescante e fluídica.
Depois veio uma correnteza leve e constante. Fui levada à uma caverna submersa, com aranhas tecendo meu céu ensolarado de medos, angústias, curiosidade com picadas de pequenas dores.
E sendo o último lugar visitado, parece que me juntei à jorradas das águas da cachoeira. Frias, cortantes e sem controle de queda nos meus olhos.
E os alimentos de lá, sintonizavam o paladar de minha língua, beijando-me de nutrientes para me alimentar, deixando aftas para não conseguir mais prová-los. Eu não aguentei a sua acidez.
No desespero, mas já em brisas de calmaria, fui atrás de um vagalume, podendo-me mostrar um pouco de amor. Segui-o e não mais avistei. Procurei-o de novo, e estava morto. Fiquei triste, pois queria voltar para casa com algum companheirinho.
Tardou à escurecer, e fiquei parada, talvez esperando um resgade. Vendo minhas lágrimas reluzirem, quis saber donde vinha o brilho. Olhei para o céu e sorri para as luzes de amor; umas cadentes, outras fixas - próximas ou distantes - relembradas no meu pulsador de saudades. Mas que me deram luz e me ajudaram a voltar para casa.

terça-feira, 9 de março de 2010

Indiferenças diferentes

Tenho momentos revoltosos da vida, em que ignoro totalmente as pessoas, ou super tento - obviamente as que são insuportáveis; aproveito quando existe o álcool e consigo ser no mínimo discreta para mostrar o pequeno incómodo/chateação/tédio e afins, que se tornou para mim, uma gracinha antipática e impaciente, ou não; fico um poço de irritação.
Comecei a ser fria para me proteger; gostar bastante das pessoas não é legal e pior ainda quando se confia na besta e nada é recíproco. Hoje em dia eu acho necessário. Não dá para ficar numa mesa de bar, ou numa conversa saudável com um ou mais elementos CHATOS. Porra, odeio gente chata, de verdade. O pior é quando não percebem que estão falando merda. Já quando acontece de eu não agradar alguém eu saio, não falo nada.. Só não incomodo, caraleo. É a minha indiferença pessoal para um.
Mas tem uma outra indiferença, talvez a pior de todas.Essa eu diria ser a indiferença ao colectivo e nocivo.
É engraçado ver homens apaixonados por suas amadas e não terem motivos para lutar algo contra o machismo, a favor aos direitos trabalhistas tão sofridos e apertados, uma ascensão, uma igualdade, e uma possível ajuda dentro de casa, né.
Indivíduos que não abdicam de seus pré-conceitos para não verem e deixarem a felicidade fluir alheia. E tudo fica mais fácil com a cultura, religião, fora o modo de produção capitalista (não vou procurar me estender em relação a isso porque senão eu.. Eu me revolto e não é o momento agora.Mas um dia eu explico, como o MPC não vive sem racismo).
Aos racistas, queria olhos que não vissem cor.
Aos homofóbicos, que não amem e sejam amados.
Aos xenófobos, que não lembrem de seus países.
Tá, tá.. Todo mundo sabe que educação não quer dizer simpatia (vide eu), consentimento, respeito, solidariedade e etc. Mas acredito que é através dela que os pré-conceitos são combatidos e eliminados mais eficazmente, e que abrem portas ao mundo (interprete como quiser).
Essa indiferença colectiva inibe a felicidade. Inibe um sucesso no trabalho. Inibe amar. E para finalizar minha fala, vai aí, que super se enquadra.

O Analfabeto Político

"O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe,
da farinha, da renda de casa,
dos sapatos, dos remédios,
dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e enche o peito de ar
dizendo que odeia a política.

Não sabe, o idiota,
que da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista, pilantra,
corrupto e lacaio das empresas
nacionais e multinacionais."

Bertold Brecht

quarta-feira, 3 de março de 2010

Fica a dica, colega.

Gente, Eduardo Galeano é tudo. Só li a introdução e super gostei. O livro é "Veias abertas da América Latina".
Um jornalista crítico e quase que romantico nas palavras, mostra os problemas da América Latina. Depois ponho uma frases legais aí, porque o maluco é bom.

"O desenvolvimento desenvolve a desigualdade"

Beijos.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Começando...

Nossa senhora, estou perdida aqui, não sei mexer em nada. Enfim...
Bom, queria uma forma de ampliar minha escrita. Acho fantástico quando uma pessoa se identifica na escrita de outrem. Vamos ver né.. É.. Criei o blog.
Beijos, espero que gostem.
 
Vai aí uma mais ou menos recente.
 
Neurose

Peço por favor:
Seque minhas lágrimas;
Emagreça minhas aflições;
Acalme meu estresse;
Responda minhas dúvidas;
Que nunca ande sozinha com a solidão;
Alegre minha tristeza;
Que dê vontade ao meu riso;
Que desligue meu sistema exaurido;
Que assuste o medo para não mais voltar;
Planeje minha (feli)cidade;
Floresça o que é desertificado.
Peço para você:
Dar-me você
 
Thamiris de Oliveira. 25/12/09