sábado, 8 de outubro de 2011

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Verso/(in)verso

Minha arte é a dor.
Minha dor é arte.

Thamiris de Oliveira 04/10/11

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

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Sono eterno

A quem devo culpar dos meus pesadelos? Das imagens que vejo ou o que meu insconciente sente?

Há dois grupos nesse sonho - um com várias pessoas, o outro com um louco. Quem se fode? O louco. Primeiro que sua essência seria esmagada por unanimidade e maioria - na maioria das coisas que se quer ou não me quer. Segundo porque o louco também pode se condenar. Conclusão: o louco pode se foder duas vezes. (E se você pensar que essa situação poderia ser ao inverso, vá se foder).Ah, e tem uma terceira contribuição. Basta 4 mãos socando para me matar, quiça duas. Então, nem com toda vontade do mundo venceria por imposição - que seja. Ilação: Louco, culpado!

Ok, ok, mas se diante dos sonhos o pesadelo legitimar, o que devo fazer? Esse mand(ato)não ter prazo para acabar, infelizmente, está fora de minha validade.

Nesse fato temos duas situações: ou eu acordo para a vida; ou continuo-a com esses tais amiguinhos opressores de pesadelos - e cá entre nós, se for para ter um pesadelo, por favor, não faça barulho, desligue a luz, pois eu quero dormir.

Thamiris de Oliveira 04/10/11

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Moskeando

Oi, sou eu.

Do amor - Paulinho Moska



"
Não falo do amor romântico,
Aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo,
E pensam que o amor é alguma coisa
Que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro,
Antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita.
O amor é um móbile.
Como fotografá-lo?
Como percebê-lo?
Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?
Minha resposta? O amor é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores,
O amor será sempre o desconhecido,
A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido, quer ser violado,
Quer ser transformado a cada instante.
A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto,
Decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos,
E nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o amor e não podemos castrá-lo.
O amor não é orgânico.
Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve.
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha
E nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu
Como se fossem novas estrelas recém-nascidas.
O amor brilha.
Como uma aurora colorida e misteriosa,
Como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
O amor grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio
Porque somos o alimento preferido do amor,
Se estivermos também a devorá-lo.
O amor, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
Me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor a navega.
Morrer de amor é a substância de que a vida é feita.
Ou melhor, só se vive no amor.
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto."

domingo, 2 de outubro de 2011

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Você

Não se preocupe, querida. Você tem a você, e se tiver controle sobre si mesma, melhor ainda. Não podemos culpabilizar o que não se compreende, mas sim o que se reproduz. Um branco não pode falar o que é sofrer preconceitos de quem tem pele escura, justamente por não ser negro - e vice-versa - mas também não se pode dizer o que é melhor ser. Você não sabe, e além de tudo, tudo é relativo.

Não se preocupe, querida. Você tem alguém para batalhar, com duas pernas, dois braços, quilos e quilos. Imagine se tiver mais pares de corpos para sustentar... O seu trabalho socialmente produzido tem um preço, e é bem caro - eu que o diga. Ele é totalmente humilhado, desvalorizado, exaustivo, que adoece. Para no final do mês, sobrar moedinhas que não servem para cervejinhas e afins. (Ok, tirando uma pequena possibilidade de ganhar na loteria, ou casando com alguém rico - com que pretensão aí é com vocês).

Não se preocupre, querida. Quando adoecer, é você quem vai sentir a dor. Aqueles incômodos chatos no corpo - até que merecia uma massagem agora - pode até diminuir com mãos maravilhosas; aquele resfriado chato para caralho que pega um tobogã no seu nariz. As pessoas não te curam, pelo contrário. Ou te matam de amor, ou esgotam sua quantidade de risos, ou paciência. Acabam com sua tristeza ou felicidade, seja o que for; conseguem inventar coisas!

Não se preocupe, querida. Quando começar a ficar insana, só você saberá suas verdades. Seus sonhos, seu mundo, sua realidade, fantasias, suas mímicas, sua poesia - e minhas palavras.

Está entendendo? Deve-se amar a si própria e muito, porque você é você e mais ninguém. Ama-se ou vá...

Então é por isso que é tão difícil confiar assim nas pessoas - e eu particularmente, desacreditei-me delas.

Thamiris de Oliveira 02/10/11