domingo, 2 de outubro de 2011

..

Você

Não se preocupe, querida. Você tem a você, e se tiver controle sobre si mesma, melhor ainda. Não podemos culpabilizar o que não se compreende, mas sim o que se reproduz. Um branco não pode falar o que é sofrer preconceitos de quem tem pele escura, justamente por não ser negro - e vice-versa - mas também não se pode dizer o que é melhor ser. Você não sabe, e além de tudo, tudo é relativo.

Não se preocupe, querida. Você tem alguém para batalhar, com duas pernas, dois braços, quilos e quilos. Imagine se tiver mais pares de corpos para sustentar... O seu trabalho socialmente produzido tem um preço, e é bem caro - eu que o diga. Ele é totalmente humilhado, desvalorizado, exaustivo, que adoece. Para no final do mês, sobrar moedinhas que não servem para cervejinhas e afins. (Ok, tirando uma pequena possibilidade de ganhar na loteria, ou casando com alguém rico - com que pretensão aí é com vocês).

Não se preocupre, querida. Quando adoecer, é você quem vai sentir a dor. Aqueles incômodos chatos no corpo - até que merecia uma massagem agora - pode até diminuir com mãos maravilhosas; aquele resfriado chato para caralho que pega um tobogã no seu nariz. As pessoas não te curam, pelo contrário. Ou te matam de amor, ou esgotam sua quantidade de risos, ou paciência. Acabam com sua tristeza ou felicidade, seja o que for; conseguem inventar coisas!

Não se preocupe, querida. Quando começar a ficar insana, só você saberá suas verdades. Seus sonhos, seu mundo, sua realidade, fantasias, suas mímicas, sua poesia - e minhas palavras.

Está entendendo? Deve-se amar a si própria e muito, porque você é você e mais ninguém. Ama-se ou vá...

Então é por isso que é tão difícil confiar assim nas pessoas - e eu particularmente, desacreditei-me delas.

Thamiris de Oliveira 02/10/11

Nenhum comentário:

Postar um comentário