Depressiva eremita
Se isola da cidade
Se enclausura num cômodo qualquer
Se afasta dos amigos
pois não há nada para encontrar
dentro de si
Escuta-se um tambor ensurdecedor,
que cisma em ficar batendo.
As lágrimas percorrem caminhos cotidianos
como se há anos já fizesse esse trajeto.
A tristeza emagrece
e você fica parecida com a morte
sem receber sua visita
ainda.
Thamiris de Oliveira 03.03.16
sexta-feira, 11 de março de 2016
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Boca, braço do abraço
"como quem convida com afetuosidade para um abraço com a boca".
Fonte: http://gordaesapatao.com.br/depois-de-ter-voce-pra-que-querer-saber-que-horas-sao/
Fonte: http://gordaesapatao.com.br/depois-de-ter-voce-pra-que-querer-saber-que-horas-sao/
terça-feira, 16 de setembro de 2014
Regar flor, café e poesias.
- Como é por dentro outra pessoa
- Fernando Pessoa, 1934
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Saúde mental
Valor de uso/ Valor de troca
Pressão, pressão! Já vai explodir...
Eu, homem negro, que não sei dialogar, não pude e não sei chorar, ajo de forma que quero. Sou o homem (ausente) de casa.
Tanta dureza o dia inteiro. Preciso de um paliativo. Depressa, depressa, se não vou explodir.
Todo dia trânsitos maquiavélicos que agridem minha saúde. Estresse, cigarro e cerveja, é o mínimo. Todo dia, doses do miúdo cotidiano que nos crucifica.
Esposa que a fiz do meu prazer. Nem procurei compreender e respeitar seu corpo. Não te fiz estremecer, não te fiz jorrar. Estive dentro de ti fisicamente, e uma célula do meu corpo te fez uma filha.
Negação, contradição, superação. Nem sempre se supera elas. Parei muitas vezes no senso comum, numa religião que nada me serviu; tive uma vida sem amor paterno e uma mãe morta por seu próprio coração.
Troquei mulheres, interferi famílias.
Bebia cerveja e deixava minha filha.
Em casa, com a melhor pessoa do mundo que poderia amá-la.
Minha vida foi uma correria. Meus problemas não sumiam. Até que meu corpo parou pela mesma armadilha da mãe. Fraco demais para não expressar minha insensatez e insanidade.
Eu não dava conta de tudo mais isso.
Thamiris de Oliveira 01/09/14
Pressão, pressão! Já vai explodir...
Eu, homem negro, que não sei dialogar, não pude e não sei chorar, ajo de forma que quero. Sou o homem (ausente) de casa.
Tanta dureza o dia inteiro. Preciso de um paliativo. Depressa, depressa, se não vou explodir.
Todo dia trânsitos maquiavélicos que agridem minha saúde. Estresse, cigarro e cerveja, é o mínimo. Todo dia, doses do miúdo cotidiano que nos crucifica.
Esposa que a fiz do meu prazer. Nem procurei compreender e respeitar seu corpo. Não te fiz estremecer, não te fiz jorrar. Estive dentro de ti fisicamente, e uma célula do meu corpo te fez uma filha.
Negação, contradição, superação. Nem sempre se supera elas. Parei muitas vezes no senso comum, numa religião que nada me serviu; tive uma vida sem amor paterno e uma mãe morta por seu próprio coração.
Troquei mulheres, interferi famílias.
Bebia cerveja e deixava minha filha.
Em casa, com a melhor pessoa do mundo que poderia amá-la.
Minha vida foi uma correria. Meus problemas não sumiam. Até que meu corpo parou pela mesma armadilha da mãe. Fraco demais para não expressar minha insensatez e insanidade.
Eu não dava conta de tudo mais isso.
Thamiris de Oliveira 01/09/14
Aulas de Serviço Social
Politicamente (in)correto
O corpo que é de mim não me pertence.
Minhas idéias imortais querem matá-las;
Ferem-a, colocam-as injúrias
no que se sente com prazer e era venerado
em outros tempos, por filósofos e gregos (misóginos);
apesar das limitações de todas conjunturas
Meu corpo é aprisionado.
Não o vejo como representação,
apenas como mais um produto.
Na mídia, o espelho é a cor branca da cegueira
(como em Saramago ou algo parecido)
Com meu povo, e que muita gente esqueceu quem são,
é subjugado contra os muros,
ou quando os quebram, recolocam em um lugar de "luxo", que não é nosso.
Pensam que a cidade de pedra respira,
enquanto a mata é o que nos dá vida.
Do meu gênero nem se fala,
por décadas é colocado abaixo de um pau.
Queimadas em fogueiras,
espancadas por chicotes.
Jogaram-me ácido no rosto,
e até agora não sei o porquê.
Acredito que toda essa violência vem do medo.
Toda estratégia vem da guerra.
Para exterminar um povo, bastar liquidar sua cultura.
Por isso que digo, que penso e repito:
Mulheres, nós somos essenciais.
Quando perceberem que somos a resposta de todos os antagonismos
produzidos pelos homens, e mostra-lhes
que juntas e juntos podemos mais,
não sei se irão agradecer, ou com mais medo apedrejar mais Genis
(mas a gente monta uma barricada).
Por isso mantenho minha a minha essência flutuante.
Carrego o sangue de meu povo.
Gero a vida ou nego a morte em vida com um aborto.
Não luto por ordem nem progresso.
Essa pátria não me pariu.
Luto por gente, por vida.
Luto pela minoria a qual querem acreditar que sejamos.
Eu digo e repito:
Sou mulher, sou homem, sou puta e vadia, sou índia, sou lésbica.
Eu sou o que carrego e o que aguento ser.
Thamiris de Oliveira 24/09/13
O corpo que é de mim não me pertence.
Minhas idéias imortais querem matá-las;
Ferem-a, colocam-as injúrias
no que se sente com prazer e era venerado
em outros tempos, por filósofos e gregos (misóginos);
apesar das limitações de todas conjunturas
Meu corpo é aprisionado.
Não o vejo como representação,
apenas como mais um produto.
Na mídia, o espelho é a cor branca da cegueira
(como em Saramago ou algo parecido)
Com meu povo, e que muita gente esqueceu quem são,
é subjugado contra os muros,
ou quando os quebram, recolocam em um lugar de "luxo", que não é nosso.
Pensam que a cidade de pedra respira,
enquanto a mata é o que nos dá vida.
Do meu gênero nem se fala,
por décadas é colocado abaixo de um pau.
Queimadas em fogueiras,
espancadas por chicotes.
Jogaram-me ácido no rosto,
e até agora não sei o porquê.
Acredito que toda essa violência vem do medo.
Toda estratégia vem da guerra.
Para exterminar um povo, bastar liquidar sua cultura.
Por isso que digo, que penso e repito:
Mulheres, nós somos essenciais.
Quando perceberem que somos a resposta de todos os antagonismos
produzidos pelos homens, e mostra-lhes
que juntas e juntos podemos mais,
não sei se irão agradecer, ou com mais medo apedrejar mais Genis
(mas a gente monta uma barricada).
Por isso mantenho minha a minha essência flutuante.
Carrego o sangue de meu povo.
Gero a vida ou nego a morte em vida com um aborto.
Não luto por ordem nem progresso.
Essa pátria não me pariu.
Luto por gente, por vida.
Luto pela minoria a qual querem acreditar que sejamos.
Eu digo e repito:
Sou mulher, sou homem, sou puta e vadia, sou índia, sou lésbica.
Eu sou o que carrego e o que aguento ser.
Thamiris de Oliveira 24/09/13
quarta-feira, 11 de junho de 2014
sexta-feira, 2 de maio de 2014
Vício
Preciso de uma mulher que me faça pensar. Sobre o mundo, seres humanos e sobre o amor, para poder voltar a acreditar neles. E quem sabe ser interessante novamente.
Até a paixão esforça-me a crescer, mas quero mais.
Estou em abstinência. Estou nula, sem cargas, sem forças.
Desistindo.
Socorro!
Até a paixão esforça-me a crescer, mas quero mais.
Estou em abstinência. Estou nula, sem cargas, sem forças.
Desistindo.
Socorro!
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