terça-feira, 2 de setembro de 2014

Saúde mental

Valor de uso/ Valor de troca

Pressão, pressão! Já vai explodir...

Eu, homem negro, que não sei dialogar, não pude e não sei chorar, ajo de forma que quero. Sou o homem (ausente) de casa.

Tanta dureza o dia inteiro. Preciso de um paliativo. Depressa, depressa, se não vou explodir.

Todo dia trânsitos maquiavélicos que agridem minha saúde. Estresse, cigarro e cerveja, é o mínimo. Todo dia, doses do miúdo cotidiano que nos crucifica.

Esposa que a fiz do meu prazer. Nem procurei compreender e respeitar seu corpo. Não te fiz estremecer, não te fiz jorrar. Estive dentro de ti fisicamente, e uma célula do meu corpo te fez uma filha.

Negação, contradição, superação. Nem sempre se supera elas. Parei muitas vezes no senso comum, numa religião que nada me serviu; tive uma vida sem amor paterno e uma mãe morta por seu próprio coração.

Troquei mulheres, interferi famílias.
Bebia cerveja e deixava minha filha.
Em casa, com a melhor pessoa do mundo que  poderia amá-la.

Minha vida foi uma correria. Meus problemas não sumiam. Até que meu corpo parou pela mesma armadilha da mãe. Fraco demais para não expressar minha insensatez e insanidade.
Eu não dava conta de tudo mais isso.

Thamiris de Oliveira 01/09/14

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