terça-feira, 9 de março de 2010

Indiferenças diferentes

Tenho momentos revoltosos da vida, em que ignoro totalmente as pessoas, ou super tento - obviamente as que são insuportáveis; aproveito quando existe o álcool e consigo ser no mínimo discreta para mostrar o pequeno incómodo/chateação/tédio e afins, que se tornou para mim, uma gracinha antipática e impaciente, ou não; fico um poço de irritação.
Comecei a ser fria para me proteger; gostar bastante das pessoas não é legal e pior ainda quando se confia na besta e nada é recíproco. Hoje em dia eu acho necessário. Não dá para ficar numa mesa de bar, ou numa conversa saudável com um ou mais elementos CHATOS. Porra, odeio gente chata, de verdade. O pior é quando não percebem que estão falando merda. Já quando acontece de eu não agradar alguém eu saio, não falo nada.. Só não incomodo, caraleo. É a minha indiferença pessoal para um.
Mas tem uma outra indiferença, talvez a pior de todas.Essa eu diria ser a indiferença ao colectivo e nocivo.
É engraçado ver homens apaixonados por suas amadas e não terem motivos para lutar algo contra o machismo, a favor aos direitos trabalhistas tão sofridos e apertados, uma ascensão, uma igualdade, e uma possível ajuda dentro de casa, né.
Indivíduos que não abdicam de seus pré-conceitos para não verem e deixarem a felicidade fluir alheia. E tudo fica mais fácil com a cultura, religião, fora o modo de produção capitalista (não vou procurar me estender em relação a isso porque senão eu.. Eu me revolto e não é o momento agora.Mas um dia eu explico, como o MPC não vive sem racismo).
Aos racistas, queria olhos que não vissem cor.
Aos homofóbicos, que não amem e sejam amados.
Aos xenófobos, que não lembrem de seus países.
Tá, tá.. Todo mundo sabe que educação não quer dizer simpatia (vide eu), consentimento, respeito, solidariedade e etc. Mas acredito que é através dela que os pré-conceitos são combatidos e eliminados mais eficazmente, e que abrem portas ao mundo (interprete como quiser).
Essa indiferença colectiva inibe a felicidade. Inibe um sucesso no trabalho. Inibe amar. E para finalizar minha fala, vai aí, que super se enquadra.

O Analfabeto Político

"O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe,
da farinha, da renda de casa,
dos sapatos, dos remédios,
dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e enche o peito de ar
dizendo que odeia a política.

Não sabe, o idiota,
que da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista, pilantra,
corrupto e lacaio das empresas
nacionais e multinacionais."

Bertold Brecht

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